6 reações que amantes dos livros têm com quem não lê

Há várias maneiras de conseguir reações fervorosas de leitores nerds apaixonados. Diga que Crepúsculo merece um lugar no panteão da grande literatura vampira ao lado de Drácula e Entrevista com um vampiro. Pergunte em qual lado ficam em um debate de e-book versus impresso. Mencione a rixa atual entre a Amazon e a Hachette. Mencione qualquer adaptação cinematográfica de um livro, talvez. A questão não é saber se temos opiniões, mas sim quando iremos parar de bater cabeça uns com os outros com a força de uma edição de capa dura de Os Miseráveis.

Entretanto, se você realmente quer atingir um amante dos livros com uma tempestade frenética de emoções, tudo o que precisa são quatro palavrinhas: “Eu não leio livros.”

Já ouvi essas palavras, ou variações similares (“Não leio um livro desde o ensino médio”, ou, ainda mais perturbador, “Ler é chato”) diversas vezes em minha vida e, sem dúvida alguma, me deixaram sem palavras, ao menos momentaneamente – o que não é uma tarefa fácil. Entendo que não é todo mundo que gosta de ler detalhadamente como eu (aliás, isso provavelmente é uma coisa boa, pois se fosse o caso, tenho certeza que nada de produtivo jamais seria alcançado), mas de fato não gostar do ato de ler? Talvez devesse dizer que também não gosta de respirar ou comer.

Conversas com amigos leitores revelam que todos  tendemos às mesmas reações a essas criaturas raras e misteriosas: O quê… Como… Por quê…

É pelo bem deles, como pelo bem daqueles que ousam blasfemar contra nosso precioso passatempo com imaturo desprezo, que sentei e peneirei as variadas emoções que os leitores nerds experimentam quando ouvem aquelas frases desoladoras. O mundo não será o mesmo.

 

1. CHOQUE/INCREDULIDADE

Você… não… lê… livros? Tipo, você quer dizer que não lê romances, mas lê não-ficção e coisas assim, certo? Não? Você só não lê mesmo palavras impressas com tinta em papel e encadernadas entre duas capas.

 

2. CONFUSÃO

Eu vejo seus lábios se movendo. Ouço palavras saindo da sua boca. Elas parecem ser de algum idioma conhecido, mas não consigo entendê-las. Você pode ler, mas escolhe não fazê-lo.

Mas por quê? Você não tem livros? Você precisa de livro? O que os livros te fizeram para desprezá-los assim? Eles te levaram para um jantar legal com frutos do mar e nunca mais ligaram de novo? O que você faz ao invés de ler? Senta e encara as coisas? São. Tantas. Perguntas.

 

3. JULGAMENTO

Se eu já te conhecesse por um tempo e você revelasse isso, de repente tudo que pensei saber sobre você viraria uma incógnita. Você é sortudo(a) o suficiente por estar entre os alfabetizados desse país e escolhe não exercitar esse privilégio?

Que outros segredos sombrios e profundos tem escondido de mim? Você é fã do Nickelback? Você estava mesmo doente aquela noite em que cancelou nossos planos? Esse é mesmo seu nome?

E no caso de você ser alguém que acabei de conhecer e me diz que não gosta de ler?

 

4. PENA

Esse sentimento pode ser simultâneo ao julgamento. Você pelo menos compreende o que está perdendo? Livros podem nos levar por mais lugares que poderíamos visitar a vida toda, bem como lugares incríveis que nem mesmo existem no mundo real. Eles nos apresentam amigos maravilhosos e nos dão heróis fantásticos para torcer. Eles ensinam, inspiram, evocam nossas emoções. Mas você está se privando de tudo isso e me deixa tão, tão triste.

 

5. PERSUASÃO

Não é que você não gosta de ler, só não encontrou o livro certo ainda. O que te interessa? Comédia? História? Esportes? Anões? Anões comediantes históricos praticando esportes? Não me importo com quantas horas teremos que gastar na biblioteca, vou te fazer amar livros. Amá-los!

 

6. ACEITAÇÃO

Não? Sério mesmo? Você não está absolutamente, definitivamente interessado(a) em um desses amados passatempos dos últimos 600 anos? *Suspira* Não entendo, mas acho que é verdade que precisam de todos os tipos de pessoa para fazer do mundo o que ele é. Não se preocupe – eu posso amar os livros o suficiente por nós dois.

Texto original: Kristen Scatton
Tradução e adaptação: Caíque Pereira

 

Beijos,